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Complexo Radial Leste

Complexo Radial Leste

PROLONGAMENTO DA AVENIDA RADIAL LESTE

Obra: Complexo Radial Leste - Prolongamento da Avenida Radial Leste

Projeto: Projeto básico para prolongamento da Avenida Radial Leste

Cliente: Prefeitura do Município de São Paulo

Localização: São Paulo / SP

Investimento Público: R$ 177 milhões

A Geométrica foi responsável pelo desenvolvimento do projeto básico para a implantação da Avenida Radial Leste, atuando em todas as atividades do projeto, além de acompanhar o projeto executivo, com a preocupação de que a obra mantivesse suas características, garantindo, assim, a fidelidade das soluções.

O surgimento do projeto

O Programa de Desenvolvimento Econômico da Zona Leste, lançado em meados de 2003, era composto, dentre outras intervenções, pela extensão da Avenida Radial Leste até Guaianases: uma ligação entre o extremo leste e o centro por um lado, e entre Guarulhos e o ABC por outro, que aproximaria o Porto de Santos ao Aeroporto de Cumbica pelo Rodoanel Sul e traria, assim, condições básicas de infraestrutura para o fortalecimento da economia da Zona Leste, de todo o ABC e Alto Tietê. Naquele ano, a prefeitura de São Paulo lançou uma licitação para desenvolver o projeto básico do prolongamento da Radial Leste, cujo principal objetivo era possibilitar a ligação dessa avenida com a Marginal Tietê, através do “Complexo Radial Leste”: uma construção de 20 quilômetros de via urbana, que ligaria Itaquera, por meio do viaduto Arthur Alvim e da Avenida Calim Eid (conhecida como “Tiquatira”), à Marginal Tietê. Como vencedora desse processo licitatório, a Geométrica iniciou os trabalhos, baseando-se no projeto funcional desenvolvido anteriormente, cujos desenhos simulavam a situação futura da Avenida Radial Leste.

Soluções implementadas

Avaliando o projeto funcional e os objetivos propostos para a fase do projeto básico, a Geomética propôs algumas modificações, trazendo como soluções: – Duplicação completa da avenida. Grande parte do projeto havia sido projetado com pista simples em dois sentidos. Entretanto, vislumbrando as tendências de crescimento e maior fluxo na região, foi sugerida a duplicação completa da avenida para aumentar a capacidade das vias. – Passagem subterrânea com três faixas de tráfego em cada sentido.Para possibilitar a ligação da Radial Leste, que terminava na estação Corinthians-Itaquera, com o novo trecho de prolongamento, a Geométrica sugeriu uma interligação dos dois lados, através da construção de uma passagem subterrânea que passaria debaixo da linha férrea da CPTM e sairia junto ao traçado do prolongamento. Esse túnel, além de oferecer continuidade nos fluxos leste e oeste (em direção à estação Artur Alvim, junto à Avenida Águia de Haia), desviaria o tráfego do centro de Itaquera. – Viadutos. Para promover a ligação com o prolongamento da avenida que passa ao lado da estação Guainases e que vai em direção à divisa do município de Poá, foi proposta a construção de 2 viadutos sobre a linha férrea da CPTM no final do trecho, em Guaianases, que permitiria a interligação da via com a cidade de Poá.

Desafios

Um dos maiores desafios desse trabalho foi a implantação da passagem subterrânea que, em virtude do tamanho do vão e do pequeno recobrimento (espaço entre o solo da superfície e o teto do vão), requisitou metodologia e tecnologia pouco utilizadas no Brasil.

Tradicionalmente, na construção de túneis, quanto maior o recobrimento, melhor, mais fácil e segura é a implantação. Nesse trabalho, que não era um projeto de túnel de fato, foi utilizada a técnica de vala aberta em uma passagem subterrânea larga e com recobrimento muito pequeno até a ferrovia, sendo necessária a adoção de um processo de enfilagem, caracterizado pela colocação de tubos de aço com diâmetro aproximado de 1,10m sob a linha do trem. Com esse método, foi possível dar maior estabilidade ao local, permitindo o funcionamento normal da ferrovia durante a relização da obra.

Mesmo com a dificuldade de execução e o elevado nível de detalhamento, fatores que acarretaram em maiores custos para a obra, essa complexa solução foi implementada com sucesso, trazendo melhorias para o tráfego e a economia da região.

Contribuição para a cidade

A continuidade do fluxo da Radial trouxe melhorias para a circulação viária e o comércio, resultando em maior crescimento na região. O comércio, antes concentrado no centro de Itaquera, hoje se encontra ao longo da avenida, configurando uma região mais desenvolvida, revigorada e com tendências de crescimento.

Durante o projeto, houve grande envolvimento da população, principalmente dos comerciantes que, através da associação do bairro, participaram de reuniões periódicas com a SIURB e a Geométrica para discutir alternativas de combate à degradação da região e estímulo à atividade econômica local.

O maior trecho do prolongamento da Radial Leste foi entregue em 2004, interligando as estações de metrô Itaquera-Corinthians e Guaianases. Já a obra mais complexa – o túnel Jornalista Odon Pereira –, juntamente com o viaduto Arthur Alvim localizado sobre a Avenida Águia de Haia, além de outras complementações, foram entregues no ano seguinte, em 2005.

Análise pós-implementação

O objetivo imediato de aproveitar a faixa da ferrovia, estabelecendo uma ligação viária, foi plenamente alcançado e trouxe melhorias urbanísticas para a região.

Alguns anos após a execução da obra, um dos comerciantes que participou ativamente das reuniões com a SIURB e a Geométrica, constatou melhora geral no comércio da região e um aumento de 20% a 30% em suas vendas vindo principalmente da Zona Norte de São Paulo, para onde o prolongamento da avenida estabeleceu uma ligação viária.

Importantes meios de comunicação falam do “renascimento de Itaquera”, ressaltando as novas avenidas, a construção de shopping e empreendimentos comerciais nesse bairro, que antes era visto como “bairro-dormitório”. Para o mercado imobiliário, essa é uma das regiões que apresenta os melhores índices de crescimento da cidade de São Paulo.

Curiosidades

Durante as reuniões de trabalho, os comerciantes da região se mostravam muito preocupados com a distância que a avenida ficaria do comércio, fato que, segundo eles, poderia prejudicar as vendas. Por outro lado, a avenida também não poderia estar em frente ao comércio por questões de segurança, fluxo e tráfego de passagem. Analisados esses pontos, a conclusão foi que distanciar a avenida do comércio não seria uma desvantagem para os comerciantes, pois o deslocamento do tráfego de um ponto a outro não reduziria a atração do comércio frente às pessoas, pois elas naturalmente buscariam o comércio de alguma forma.

Essa obra contribuiu para o surgimento do Shopping Metrô Itaquera que recebeu, na época de sua construção (2007), investimentos privados de R$ 180 milhões. Dada a nova alternativa viária de ligação de Itaquera com a Marginal Tietê, por onde transitarão milhares de motoristas, o consórcio responsável pelo shopping reconsiderou os cálculos e aumentou o tamanho do empreendimento, cuja estimativa era receber 80 mil pessoas/dia.